"É muito importante que todos os dias os pais ocupem as crianças com atividades prazerosas e construtivas...
Brincar e estar junto a natureza é fundamental."
CRIANÇA
MERECE CASTIGO?
Logo
pela manhã, ao entrar no quarto de seu filho, a mãe viu os Grandes Círculos Azuis desenhados na parede recém-pintada. Aninha com cinco anos, considerava a parede como a tela ideal para suas
"pinturas".
Flávio, de quatro
anos, pretendia por sua vez Cortar a Cauda do gatinho de estimação, "só
para ver o que havia dentro".Simples "curiosidade científica".
A bola foi o melhor presente
no oitavo aniversário de Paulo. Uma bola grande, branca, bonita, pronta para
receber chutes e desenvolver o talento futebolístico do garoto. Mas o gol
escolhido estava assustadoramente próximo da Janela da Cozinha...
Maria, sete
anos, fazia maravilhosas colagens com figuras recortadas de revistas e jornais.
Até que um dia descobriu, na Estante do Papai, que os livros tinham figuras
muito mais interessantes.
Estas
e outras situações semelhantes deixam os pais desesperados, sem saber o que
fazer. Mesmo advertidas, as crianças
muitas vezes insistem nas travessuras. Criam assim os chamados problemas de
disciplina, para os quais baterem e castigar continuam sendo as soluções mais
populares, mesmo para os pais que condenam teoricamente tais métodos.
Na verdade, punir drasticamente o
filho é uma tentação muito grande, pois resolve o problema imediato: consegue
fazer com que a criança obedeça. No
entanto, ao bater, o pai descarrega sua agressividade, aliviando a própria
tensão. Contudo, as consequências do Castigo não terminam com o alívio dos pais
e a obediência da Criança. Ela está em
contínuo processo de aprendizagem e ao ser punida extrai uma lição de atitude
dos pais furiosas: "Quando está com raiva, a gente bate".
Por outro lado, um dos piores
efeitos da punição, especialmente as de caráter físico, é que ela pode
interferir no desenvolvimento social.
Castigos frequentes tiram da criança a nascente responsabilidade de
julgar os próprios atos. Em vez de
corrigir, a surra passa a compensar a má ação.
O
PENSAMENTO "NÃO ESCREVO NA PAREDE, PORQUE APANHO" é substituído por:
"POSSO ESCREVER NA PAREDE, PORQUE APANHO".
Nesse caso, o hábito do Castigo libertou a
criança para o "mau comportamento".
Algumas crianças parecem, às vezes,
estar "pedindo para apanhar".
Sentem culpa e raiva e precisam de ajuda para manejar tais sentimentos
com os quais ainda não aprenderam a lidar.
Se a criança desobedece intencionalmente, pode-se imaginar que ela quer
ser punida; mas, às vezes:
uma conversa franca e aberta resolve, quando
consegue que a criança expresse seus sentimentos de culpa.
ao mesmo tempo, se os pais sabem
colocar e reforçar claramente as regras que limitam a ação infantil, a
necessidade de punição (sob qualquer forma) diminui consideravelmente.
Contanto que tais regras sejam curtas,
concisas, compreensíveis, razoáveis e em pequeno número.
Levando em conta as necessidades, a formação e
o ponto de vista da criança, é possível definir o que deve ser permitido e o
que precisa ser proibido.
"Uma criança é sempre uma
criança". Isto significa que as
roupas foram feitas para sujar, correr é o melhor meio de locomoção, o mundo é
mais bonito visto de cima de árvores e muros, latas são bolas que não pulam,
mas servem para ser chutadas.
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CASTIGO?
Entendendo
o comportamento característico da criança. Os pais podem ser permissivos, isto
é, aceitá-las como pessoas que tem direito a todas as espécies de sentimentos,
desejos e fantasias, que devem manifestar por meio de comportamentos adequados.
Mas a super permissividade, que aceita todos e quaisquer atos das crianças,
mesmo os indesejáveis, é prejudicial.
Imitando seu herói da tevê, Julinho desejava quebrar os MÓVEIS da casa
e, de sobra, esmurrar os amiguinhos, Bem, não se pode comprar Mobília nova a
cada vez que Julinho assiste à TV, mas seus impulsos precisam ser respeitados.
A permissividade cria confiança e
aumenta a capacidade de expressar sentimentos e ideias. A superpermissividade, porém, gera ansiedade
e estimula maiores exigências e solicitações que não poderão ser atendidas.
Limite Tem Seus Limites.
Limitar
os atos não significa limitar os desejos, que devem ser entendidos e
respeitados pelos pais, No caso de Flávio, que queria cortar o rabinho do gato
a mãe limita a ação, mas aceita a curiosidade, dizendo: "Vamos ver se a
gente acha alguma figura que mostre como ele é por dentro".
Da mesma forma com Aninha, que
desenhava nas paredes: "Aninha, as paredes não são para desenhar, pegue
estas folhas de papel e faça um lindo desenho". Em ambos os casos, os desejos das crianças
foram identificados e respeitados; os limites só foram impostos aos atos, ou
seja, à maneira pela qual as crianças queriam satisfazer seus desejos.
No entanto, não se pode esquecer que
a extrema mobilidade e agitação da criança não correspondem a desejos manhosos,
mas a necessidades estreitamente ligadas ao processo de desenvolvimento. Portanto, a limitação aos atos não se aplica
nunca à atividade física das crianças: "Não corra", "Será que
você não pode andar normalmente como todo mundo?", "Não fique
pulando", "Por que você fica num pé só quando você sabe que tem dois
pés?" A inibição física das crianças pequenas gera tensões emocionais que
são expressas sob forma de hiperatividade e agressão. É natural que o bom estado dos Móveis mereça
sobrepor às exigências da boa saúde mental e física das crianças. O ideal é que elas possam ter um lugar
apropriado para suas correrias.
“Os limites são colocados com
firmeza, mas de forma que a CRIANÇA PERCEBA QUAL É O COMPORTAMENTO INACEITÁVEL
E O PORQUÊ”. Ao mesmo tempo, é
apresentada uma solução: o que pode ser feito em substituição. No caso de Paulo: "A janela não pode
ser quebrada. Mude o gol de lugar para que você possa chutar em outra direção”.
É preferível que um limite seja
total e claro do que parcial e confuso.
Por exemplo, existe uma nítida diferença entre "jogar água na
irmã" e "não jogar água na irmã". Mas se a permissão for para "jogar só
um pouquinho de água", a criança ficará sem critério para tomar decisões e
será tentada a experimentar até onde vai esse "pouquinho". No
entanto, o limite é colocado de maneira a não provocar muito ressentimento e a
resguardar a autoestima da criança. Deve
transmitir autoridade e não insulto. Se Aninha a pintora das paredes, recebesse
uma repreensão, como por exemplo: "O que é que você está fazendo, sua
porquinha? Você não sabe que eu detesto paredes sujas?” Não sei mais o que
sentiria humilhada, com raiva da mãe e talvez acabasse pensando: "Sou uma
porquinha e mamãe não gosta muito de mim por causa disso...”.
As regras são mais facilmente
aceitas quando colocadas sucinta e impessoalmente: "Está na hora de ir
para a cama" é mais prontamente atendido do que: "Você é muito
criança para ficar acordado até tarde. Vá para a cama". Melhor ainda se a ordem deixar claros os
motivos da proibição imposta: "Os brinquedos foram feitos para brincar.
Ficam inúteis se forem quebrados", em vez de: "Não quebre os brinquedos,
eles custam caro".
Os Infratores da Lei
Há três tipos possíveis de
transgressão dos limites:
Acidental (Paulo aceitou as sugestões da mãe e mudou
o lugar do futebol; mesmo assim, num lance muito infeliz, a bola quebrou a
janela);
Acidental com Desobediência (Paulo manteve o jogo próximo à janela,
que acabou quebrada); e proposital (Paulo chutou a bola contra a janela).
A Criança que "pede para apanhar" mas,
nos outros dois, a transgressão gera ansiedade aumentada por medo à represália
ou castigo.
Se for acidente, o melhor é
convencer isso a criança, planejando com ela providências para que o fato não
se repita. Se houve desobediência, é
inútil aumentar ainda mais a ansiedade com longas e irritadas explicações sobre
os limites transgredidos. Mais razoável
é reforçar de modo firme a regra violada.
Num caso como o de Silvinha, que grita "Não vou" quando a mãe
chama para o banho, é prejudicial aceitar o desafio para uma "batalha de
vontades", respondendo algo como: "Você vai, sim, porque eu
quero" ao que Sílvia talvez respondesse: “Você quer, mais eu não
quero", e daí por diante. A reação
mais acertada seria: "Eu sei que você gostaria de ficar brincando, mas é
nora do banho e nós temos que ir".
Se assim mesmo Silvia resiste e continua a brincar, a mãe deve tomá-la
pela mão e levá-la para casa, com bondade e firmeza. Com crianças pequenas a ação, às vezes, fala
mais alto do que as palavras.Certas vezes, contudo, o rompimento
frequente de limites ou a transgressão de regras essenciais tornam necessária a
punição.
Mas o castigo deve ser
proporcional ao ato cometido, e não aos prejuízos causados, ou ao grau de
irritação dos pais. Conheça lindas cestas de Piquenique do Vime e Requinte, junte a criançada e faça um gostoso passeio... Eles vão adorar!!
Havia uma pequena aldeia onde o
dinheiro não entrava. Tudo o que as pessoas compravam, tudo o que era cultivado
e produzido por cada um, era trocado. A coisa mais importante, a coisa mais
valiosa, era a Amizade. Quem nada produzia quem não possuía coisas que pudesse
ser trocadas por alimentos, ou utensílios, dava seu CARINHO.
O CARINHO
era simbolizado por um floquinho de algodão. Muitas vezes, era normal que as
pessoas trocassem floquinhos sem querer nada em troca. As pessoas davam ser
CARINHO, pois sabiam que receberiam outros num outro momento ou outro dia.
Um dia,
uma mulher muito má, que vivia fora da aldeia, convenceu um pequeno garoto a
não mais dar seus floquinhos. Desta forma, ele seria a pessoa mais rica da
cidade e teria o que quisesse.
Iludido pelas palavras da malvada, o menino,
que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia, passou a juntar
CARINHOS e em pouquíssimo tempo sua casa estava repleta de floquinhos, ficando
até difícil de circular dentro dela.
Daí
então, quando a cidade já estava praticamente sem floquinhos, as pessoas
começaram a guardar o pouco CARINHO que tinham e toda a HARMONIA da cidade
desapareceu.
Surgiram a GANÂNCIA, a DESCONFIANÇA, o primeiro ROUBO, o
ÓDIO, a DISCÓRDIA, as pessoas se XINGARAM pela primeira vez e passaram a
IGNORAR-SE pelas ruas.
Como
era mais querido da cidade, o garoto foi o primeiro a sentir-se TRISTE e SOZINHO,
o que fez o menino a procurar a velha para perguntar-lhe e dizer-lhe se aquilo
fazia parte da riqueza que ele acumulara.
Não a
encontrando mais, ele tomou uma decisão. Pegou uma grande carriola, colocou
todos os seus floquinhos em cima e caminhou por toda a cidade distribuindo
aleatoriamente seu CARINHO.
Assim,
sem medo de acabar com seus floquinhos, ele distribuiu até o último CARINHO sem
receber um só de volta.
Sem que tivesse tempo de sentir-se sozinho e triste
novamente, alguém caminhou até ele e lhe deu CARINHO. Um outro fez o mesmo...
Mais outro... e outro... Até definitivamente a aldeia voltou ao normal.
Receber CARINHO é muito bom. E o simples gesto de lembrar
que um amigo existe é a forma mais simples de fazê-lo.
A
mãozinha rápida chega até o prato do pai: é só feijão, arroz e carne que voam
para todo lado. A criança põe na boca a comida, semi-esmagada entre os dedos.
Mais uma vez a refeição fica imprestável. Luiz Carlos, com 1 ano e meio, todo
dia faz a mesma coisa. Embora a comida seja igual para todos, ele nem se
interessa por seu pratinho.
Agora,
a mãe é a vítima; a comida novamente se espalha pela mesa e o bife tão
apetitoso cai no chão. A mãe se irrita e lhe dá palmadas na mão, para acabar
com essa brincadeira sem graça. Mas, com a punição, Luís Carlos se recusa de
uma vez por todas a comer. Os pais desistem e deixam que ele saia da mesa. Lá
vai Luiz Carlos para a sala; logo se ouve barulho.
Sentindo
um nó na garganta, a mãe interrompe o almoço e corre para a sala: cinzeiro e um
vasinho espatifado no chão. De novo, Luiz Carlos leva umas palmadas para
aprender a se comportar bem da próxima vez. Contudo, "a próxima vez"
será igualzinha, à anterior. Como fazer com que Luís Carlos aprenda a se
comportar direito na hora do almoço? Os pais supunham ter uma solução: "É
um menino terrível, precisa de disciplina".
Ana
Luiza, 2 anos, adora mexer nos bonecos de porcelana da sala. Enche as mãozinhas
com os bonequinhos chineses. A mãe sempre grita: "Não mexa nisso aí. Você
vai acabar quebrando". Pura verdade. Um a um, os enfeites foram se
despedaçando. Cada vez que um boneco era quebrado, a mãe dava uns tapas na
menina e não cansava de dizer: "Assim não é possível, não posso ter mais
nada em casa. Não sei o que fazer com essa menina. Está cada vez mais
levada".
Daniel,
3 anos, armava uma verdadeira batalha par tomar banho, para se vestir e para
sair com os pais. Escondia-se embaixo da cama ou atrás da porta; quando
descoberto, chorava desconsoladamente. Punir não esta resolvendo. A luta de
Daniel continuava. Os pais não sabiam mais o que fazer com este
"diabinho".
Esses
e outros comportamentos semelhantes são muito comuns em crianças pequenas. Os
pais costumam considera-los como comportamentos indesejáveis, que decorrem da
falta de disciplina.
Mas
será que a criança já esta madura para o aprendizado? Não se pode esperar que
uma criança de três meses soubesse andar, e com um ano e meio ninguém aprende a
ler. É inútil insistir, quando o aprendizado requer um grau maior de
maturidade.
Luiz
Carlos, com um ano e meio, ainda não pode compreender a ideia: “Cada um com sua
comida". O valor e a utilidade dos enfeites da sala estão acima da
capacidade de entendimento de Ana Luísa. Reconhece que são bonitos e exatamente
por isso tem curiosidade e procura conhece-los e brincar com eles. Daniel, por
sua vez, que não se comporta direito na hora do banho, não tem condições de
"compreender” o banho. Para ele, é apenas um hábito: mas, se foi castigado
sucessivamente para aprender a se comportar no banho, acaba relacionando banho
a castigo. E passa a chorar e reagir cada vez mais violentamente, pois para ele
hora de banho passa a ser "hora de receber castigo". Nos três casos,
as crianças ainda não são capazes de perceber quais os comportamentos adequados
a determinadas situações; portanto, o fato de Luiz Carlos colocar a mão no
prato dos pais não pode ser considerado como transgressão de limites impostos.
REFORÇAR É
IMPORTANTE
O
reforço positivo é o melhor caminho para o aprendizado. A Criança vai aprender o
comportamento desejado pelos pais com muito mais facilidade se, desde as
primeiras vezes, a hora de o banho associar-se à aprovação materna. "Você
está segurando direitinho o sabonete". Com os elogios, a Criança sente-se
recompensada, o banho passa a ser uma ideia ligada a satisfação. Quando Luiz
Carlos estiver em idade de comer à mesa (talvez ele próprio tome a iniciativa),
seu progresso serão ressaltados. “Muito bem, você está comendo como um
homenzinho”. Firmeza e docilidade ao ensinar alguma coisa para a Criança ajudam
a fixar o que deve o que não deve ser feito e o que deve ser evitado. Os gritos e
ameaças dos adultos apenas dificultam o processo de aprendizagem, Por outro lado
a curiosidade da Criança desempenha papel importante. No caso de Ana Luísa, que
gosta de mexer nos enfeites da sala, essa curiosidade é compreensível, mas é
evidente que a mãe precisa estabelecer algum limite. Tirar do alcance de Ana
Luísa os bonecos de porcelana e substitui-los por outros que a Criança possa
mexer satisfaz sua curiosidade, sem causar prejuízos. Reforçando os
comportamentos aprendido se satisfazendo a curiosidade os pais colaboram de
forma decisiva para o progresso de socialização.