CASTIGO ENSINA?
OS TERRÍVEIS
A
mãozinha rápida chega até o prato do pai: é só feijão, arroz e carne que voam
para todo lado. A criança põe na boca a comida, semi-esmagada entre os dedos.
Mais uma vez a refeição fica imprestável. Luiz Carlos, com 1 ano e meio, todo
dia faz a mesma coisa. Embora a comida seja igual para todos, ele nem se
interessa por seu pratinho.
Agora,
a mãe é a vítima; a comida novamente se espalha pela mesa e o bife tão
apetitoso cai no chão. A mãe se irrita e lhe dá palmadas na mão, para acabar
com essa brincadeira sem graça. Mas, com a punição, Luís Carlos se recusa de
uma vez por todas a comer. Os pais desistem e deixam que ele saia da mesa. Lá
vai Luiz Carlos para a sala; logo se ouve barulho.
Sentindo
um nó na garganta, a mãe interrompe o almoço e corre para a sala: cinzeiro e um
vasinho espatifado no chão. De novo, Luiz Carlos leva umas palmadas para
aprender a se comportar bem da próxima vez. Contudo, "a próxima vez"
será igualzinha, à anterior. Como fazer com que Luís Carlos aprenda a se
comportar direito na hora do almoço? Os pais supunham ter uma solução: "É
um menino terrível, precisa de disciplina".
Ana
Luiza, 2 anos, adora mexer nos bonecos de porcelana da sala. Enche as mãozinhas
com os bonequinhos chineses. A mãe sempre grita: "Não mexa nisso aí. Você
vai acabar quebrando". Pura verdade. Um a um, os enfeites foram se
despedaçando. Cada vez que um boneco era quebrado, a mãe dava uns tapas na
menina e não cansava de dizer: "Assim não é possível, não posso ter mais
nada em casa. Não sei o que fazer com essa menina. Está cada vez mais
levada".
Daniel,
3 anos, armava uma verdadeira batalha par tomar banho, para se vestir e para
sair com os pais. Escondia-se embaixo da cama ou atrás da porta; quando
descoberto, chorava desconsoladamente. Punir não esta resolvendo. A luta de
Daniel continuava. Os pais não sabiam mais o que fazer com este
"diabinho".
Esses
e outros comportamentos semelhantes são muito comuns em crianças pequenas. Os
pais costumam considera-los como comportamentos indesejáveis, que decorrem da
falta de disciplina.
Mas
será que a criança já esta madura para o aprendizado? Não se pode esperar que
uma criança de três meses soubesse andar, e com um ano e meio ninguém aprende a
ler. É inútil insistir, quando o aprendizado requer um grau maior de
maturidade.
Luiz
Carlos, com um ano e meio, ainda não pode compreender a ideia: “Cada um com sua
comida". O valor e a utilidade dos enfeites da sala estão acima da
capacidade de entendimento de Ana Luísa. Reconhece que são bonitos e exatamente
por isso tem curiosidade e procura conhece-los e brincar com eles. Daniel, por
sua vez, que não se comporta direito na hora do banho, não tem condições de
"compreender” o banho. Para ele, é apenas um hábito: mas, se foi castigado
sucessivamente para aprender a se comportar no banho, acaba relacionando banho
a castigo. E passa a chorar e reagir cada vez mais violentamente, pois para ele
hora de banho passa a ser "hora de receber castigo". Nos três casos,
as crianças ainda não são capazes de perceber quais os comportamentos adequados
a determinadas situações; portanto, o fato de Luiz Carlos colocar a mão no
prato dos pais não pode ser considerado como transgressão de limites impostos.
REFORÇAR É
IMPORTANTE
O
reforço positivo é o melhor caminho para o aprendizado. A Criança vai aprender o
comportamento desejado pelos pais com muito mais facilidade se, desde as
primeiras vezes, a hora de o banho associar-se à aprovação materna. "Você
está segurando direitinho o sabonete". Com os elogios, a Criança sente-se
recompensada, o banho passa a ser uma ideia ligada a satisfação. Quando Luiz
Carlos estiver em idade de comer à mesa (talvez ele próprio tome a iniciativa),
seu progresso serão ressaltados. “Muito bem, você está comendo como um
homenzinho”. Firmeza e docilidade ao ensinar alguma coisa para a Criança ajudam
a fixar o que deve o que não deve ser feito e o que deve ser evitado. Os gritos e
ameaças dos adultos apenas dificultam o processo de aprendizagem, Por outro lado
a curiosidade da Criança desempenha papel importante. No caso de Ana Luísa, que
gosta de mexer nos enfeites da sala, essa curiosidade é compreensível, mas é
evidente que a mãe precisa estabelecer algum limite. Tirar do alcance de Ana
Luísa os bonecos de porcelana e substitui-los por outros que a Criança possa
mexer satisfaz sua curiosidade, sem causar prejuízos. Reforçando os
comportamentos aprendido se satisfazendo a curiosidade os pais colaboram de
forma decisiva para o progresso de socialização.
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- Tema Central:
- "2013: Disciplina e Educação"
Semana 1: Criança Merece Castigo? - Reflexões sobre o uso de castigos na educação infantil.
Semana 2: Floquinho de Algodão - História e cuidados com bichinhos de pelúcia.
Semana 3: Semana 3: Castigo Ensina? - Discussão sobre os efeitos do castigo na aprendizagem.
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