sexta-feira, 21 de junho de 2013

FLOQUINHO DE ALGODÃO

FLOQUINHO DE ALGODÃO


Havia uma pequena aldeia onde o dinheiro não entrava. Tudo o que as pessoas compravam, tudo o que era cultivado e produzido por cada um, era trocado. A coisa mais importante, a coisa mais valiosa, era a Amizade. Quem nada produzia quem não possuía coisas que pudesse ser trocadas por alimentos, ou utensílios, dava seu CARINHO.
                O CARINHO era simbolizado por um floquinho de algodão. Muitas vezes, era normal que as pessoas trocassem floquinhos sem querer nada em troca. As pessoas davam ser CARINHO, pois sabiam que receberiam outros num outro momento ou outro dia.
                Um dia, uma mulher muito má, que vivia fora da aldeia, convenceu um pequeno garoto a não mais dar seus floquinhos. Desta forma, ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria o que quisesse.
                 Iludido pelas palavras da malvada, o menino, que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia, passou a juntar CARINHOS e em pouquíssimo tempo sua casa estava repleta de floquinhos, ficando até difícil de circular dentro dela.
                Daí então, quando a cidade já estava praticamente sem floquinhos, as pessoas começaram a guardar o pouco CARINHO que tinham e toda a HARMONIA da cidade desapareceu.
Surgiram a GANÂNCIA, a DESCONFIANÇA, o primeiro ROUBO, o ÓDIO, a DISCÓRDIA, as pessoas se XINGARAM pela primeira vez e passaram a IGNORAR-SE pelas ruas.
                Como era mais querido da cidade, o garoto foi o primeiro a sentir-se TRISTE e SOZINHO, o que fez o menino a procurar a velha para perguntar-lhe e dizer-lhe se aquilo fazia parte da riqueza que ele acumulara.
                Não a encontrando mais, ele tomou uma decisão. Pegou uma grande carriola, colocou todos os seus floquinhos em cima e caminhou por toda a cidade distribuindo aleatoriamente seu CARINHO.
                Assim, sem medo de acabar com seus floquinhos, ele distribuiu até o último CARINHO sem receber um só de volta.
Sem que tivesse tempo de sentir-se sozinho e triste novamente, alguém caminhou até ele e lhe deu CARINHO. Um outro fez o mesmo... Mais outro... e outro... Até definitivamente a aldeia voltou ao normal.
Receber CARINHO é muito bom. E o simples gesto de lembrar que um amigo existe é a forma mais simples de fazê-lo.

                ESTE É MEU FLOQUINHO PARA VOCÊ!!!
Patrícia Rosa

CASTIGO ENSINA?

CASTIGO ENSINA?

               

OS TERRÍVEIS
                A mãozinha rápida chega até o prato do pai: é só feijão, arroz e carne que voam para todo lado. A criança põe na boca a comida, semi-esmagada entre os dedos. Mais uma vez a refeição fica imprestável. Luiz Carlos, com 1 ano e meio, todo dia faz a mesma coisa. Embora a comida seja igual para todos, ele nem se interessa por seu pratinho.
                Agora, a mãe é a vítima; a comida novamente se espalha pela mesa e o bife tão apetitoso cai no chão. A mãe se irrita e lhe dá palmadas na mão, para acabar com essa brincadeira sem graça. Mas, com a punição, Luís Carlos se recusa de uma vez por todas a comer. Os pais desistem e deixam que ele saia da mesa. Lá vai Luiz Carlos para a sala; logo se ouve barulho.
                Sentindo um nó na garganta, a mãe interrompe o almoço e corre para a sala: cinzeiro e um vasinho espatifado no chão. De novo, Luiz Carlos leva umas palmadas para aprender a se comportar bem da próxima vez. Contudo, "a próxima vez" será igualzinha, à anterior. Como fazer com que Luís Carlos aprenda a se comportar direito na hora do almoço? Os pais supunham ter uma solução: "É um menino terrível, precisa de disciplina".
                Ana Luiza, 2 anos, adora mexer nos bonecos de porcelana da sala. Enche as mãozinhas com os bonequinhos chineses. A mãe sempre grita: "Não mexa nisso aí. Você vai acabar quebrando". Pura verdade. Um a um, os enfeites foram se despedaçando. Cada vez que um boneco era quebrado, a mãe dava uns tapas na menina e não cansava de dizer: "Assim não é possível, não posso ter mais nada em casa. Não sei o que fazer com essa menina. Está cada vez mais levada".
                Daniel, 3 anos, armava uma verdadeira batalha par tomar banho, para se vestir e para sair com os pais. Escondia-se embaixo da cama ou atrás da porta; quando descoberto, chorava desconsoladamente. Punir não esta resolvendo. A luta de Daniel continuava. Os pais não sabiam mais o que fazer com este "diabinho".
                Esses e outros comportamentos semelhantes são muito comuns em crianças pequenas. Os pais costumam considera-los como comportamentos indesejáveis, que decorrem da falta de disciplina.
                Mas será que a criança já esta madura para o aprendizado? Não se pode esperar que uma criança de três meses soubesse andar, e com um ano e meio ninguém aprende a ler. É inútil insistir, quando o aprendizado requer um grau maior de maturidade.
                Luiz Carlos, com um ano e meio, ainda não pode compreender a ideia: “Cada um com sua comida". O valor e a utilidade dos enfeites da sala estão acima da capacidade de entendimento de Ana Luísa. Reconhece que são bonitos e exatamente por isso tem curiosidade e procura conhece-los e brincar com eles. Daniel, por sua vez, que não se comporta direito na hora do banho, não tem condições de "compreender” o banho. Para ele, é apenas um hábito: mas, se foi castigado sucessivamente para aprender a se comportar no banho, acaba relacionando banho a castigo. E passa a chorar e reagir cada vez mais violentamente, pois para ele hora de banho passa a ser "hora de receber castigo". Nos três casos, as crianças ainda não são capazes de perceber quais os comportamentos adequados a determinadas situações; portanto, o fato de Luiz Carlos colocar a mão no prato dos pais não pode ser considerado como transgressão de limites impostos.

         REFORÇAR É IMPORTANTE
                O reforço positivo é o melhor caminho para o aprendizado. A Criança vai aprender o comportamento desejado pelos pais com muito mais facilidade se, desde as primeiras vezes, a hora de o banho associar-se à aprovação materna. "Você está segurando direitinho o sabonete". Com os elogios, a Criança sente-se recompensada, o banho passa a ser uma ideia ligada a satisfação. Quando Luiz Carlos estiver em idade de comer à mesa (talvez ele próprio tome a iniciativa), seu progresso serão ressaltados. “Muito bem, você está comendo como um homenzinho”. Firmeza e docilidade ao ensinar alguma coisa para a Criança ajudam a fixar o que deve o que não deve ser feito e o que deve ser evitado. Os gritos e ameaças dos adultos apenas dificultam o processo de aprendizagem, Por outro lado a curiosidade da Criança desempenha papel importante. No caso de Ana Luísa, que gosta de mexer nos enfeites da sala, essa curiosidade é compreensível, mas é evidente que a mãe precisa estabelecer algum limite. Tirar do alcance de Ana Luísa os bonecos de porcelana e substitui-los por outros que a Criança possa mexer satisfaz sua curiosidade, sem causar prejuízos. Reforçando os comportamentos aprendido se satisfazendo a curiosidade os pais colaboram de forma decisiva para o progresso de socialização.